8 Tipos de telhados industriais: Vantagens e Desvantagens

Um guia completo com os tipos de telhados industriais mais utilizados no Brasil. Conheça as vantagens e desvantagens de cada sistema de cobertura.

Conteúdo:

Com os anos de experiência que nossa empresa possui em ambientes industriais, nos deparamos com diferentes tipos de telhados industriais, com diferentes formatos, técnicas construtivas e tipos de telhas ou coberturas. Abaixo criamos um pequeno guia sobre coberturas industriais, as características de cada telhado, telha, usabilidade e as vantagens e desvantagens.

01. Telhado em arco

Com formato em arco parabólico, esse tipo de telhado proporciona um aproveitamento superior do espaço interno, eliminando a necessidade de colunas centrais e permitindo maior liberdade vertical no ambiente.

Tipos de Estrutura:

Suas colunas podem ser em concreto pré-moldado, vigas de concreto conformada “in-loco” utilizando formas de madeira como caixaria ou colunas metálicas. Em virtude da parábola, suas tesouras e terças são construídas em estrutura metálica.

Estrutura de telhado em arco.
Estrutura de telhado em arco, com colunas em concreto, conformadas “in-loco”.

Tipos de Telhas:

Por conta de seu formato em parábola, a telha recomendada é a ondulada, podendo ser em fibrocimento ou metálicas e em muitos casos intercaladas por telhas translúcidas onduladas para a entrada de luz natural.

Sua fixação pode ser em ganchos tipo “L” ou parafusos autobrocantes. No passado a utilização de ganchos era muito frequente, no entanto, as infiltrações nesse sistema de fixação são recorrentes, causando transtornos para garantir a estanqueidade, principalmente pelo fato da telha ser em formato de onda, dificultando o assentamento do parafuso ou gancho.

Gancho Tipo L e Parafuso Autobrocante, para fixação de telhas.
Gancho Tipo L e Parafuso Autobrocante, para fixação de telhas.

Atualmente o uso de parafusos autobrocantes é praticamente unânime entre as empresas do segmento de montagem de telhados industriais.

Vantagens:

Grandes vãos livres:

Melhor aproveitamento da área interna do barracão, permitindo layouts mais flexíveis para equipamentos e operações.

Imagine uma situação onde um porta palete necessita ser colocado próximo a parede, um telhado em água, por conta do ângulo, não permitiria que paletes fossem colocados próximos ao teto, diminuindo a área útil.

Escoamento eficiente de água:

Pelo seu formato abaulado, o escoamento da água é rápido e eficiente, não permitindo acúmulo sobre o telhado. Isso evita infiltrações e oxidação do telhado por conta da constante umidade nas telhas.

Obs.: Telhados em arco, tendem a dar mais infiltrações do que os demais modelos de telhado.

Resistência estrutural:

A forma em arco distribui as cargas de maneira eficiente, permitindo coberturas de grandes dimensões com menor quantidade de material, se comparado a outros sistemas concorrentes.

Desvantagens:

Dificuldade de locomoção sobre o telhado:

Sem dúvida esse é um grande problema nestes tipos de coberturas. Pelo seu formato, o deslocamento sobre o telhado para efetuar reparos, principalmente em coberturas que utilizam telhas em fibrocimento é dificultado, elevando o risco de acidentes de trabalho.

Escorregar ou pisar fora da posição das terças em telhados de fibrocimento ou amianto, resulta em um incidente, não necessariamente um acidente de trabalho se forem adotados o uso de todos os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva).

Impermeabilização complexa:

Maior dificuldade de impermeabilização dos sistemas de fixação do telhado por conta da parábola e das telhas onduladas. As sobreposições entre as telhas e a estrutura são pontos críticos de infiltração.

Este tipo de telhado necessita de uma melhor costura entre as sobreposições transversais das telhas, para evitar que a mesma fique levantada.

Exemplo de problemas de costura e alinhamento do telhado, muito recorrente em telhados metálicos em arco.
Exemplo de problemas de costura e alinhamento do telhado, muito recorrente em telhados metálicos em arco.

Limitações com telhas termoacústicas:

O uso de telhas termoacústicas tipo sanduíche é problemático. Em primeiro lugar por serem difíceis de encontrar no mercado em formato ondulado compatível com o arco e, em segundo, pela dificuldade de montagem dessas telhas com o EPS (isopor) em telhados curvos.

Já nos deparamos com problemas crônicos de impermeabilização nesse formato de telhado que utilizam telhas sanduíche onde, mesmo após a impermeabilização ter sido realizada por outra empresa, não conseguiram realizar a completa estanqueidade da cobertura e tivemos que realizar intervenções muito onerosas para a contratante.

Custo de estrutura:

Exige uma estrutura mais robusta para vencer grandes vãos e, pelo fato do peso ser distribuído em formato de arco, pode haver necessidade de estruturas intermediárias ou contraventamentos especiais.

02. Telhado em Água

Os telhados em água são coberturas que comumente possuem 01, 02 ou 04 águas, mas quando falamos de galpões industriais ou logísticos, são utilizados 01 ou 02 águas, com diferentes inclinações, telhas e formatos dos telhados.

Tipos de Estrutura:

Sua estrutura de cobertura pode ser em tesouras e terças em concreto pré-moldado ou em estruturas metálicas. No caso de estruturas em concreto, o sistema de fixação é normalmente realizado com ganchos tipo “L”, no caso de estruturas metálicas, essa fixação é normalmente realizada com parafusos autobrocantes.

Sua inclinação pode variar, em grandes galpões fabris a inclinação é relativamente baixa e o pé direito bastante elevado.

Já em algumas situações, a inclinação é elevada para facilitar o escoamento de água, em regiões com alto índice pluviométrico. A alta inclinação também facilita a retirada do calor, através de sistemas de lanternim ou exaustores eólicos.

Quando falamos de vão livre, estruturas para grandes vãos exigem elementos mais robustos. Pelo fato do peso ser distribuído verticalmente, há necessidade de estruturas intermediárias em alguns projetos, como observado na figura abaixo:

Telhado com estrutura metálica em 02 águas.

 

Telhado com estrutura metálica em 02 águas. Detalhe para as colunas centrais que sustentam a estrutura acima.

Tipos de Telhas:

Há uma diversidade muito grande de telhas que podem ser utilizadas neste tipo de cobertura. Nos dias atuais é uma unanimidade a utilização de telhas metálicas, podendo ser trapezoidais ou onduladas.

A utilização de telhas de fibrocimento, sejam onduladas ou tipo canaletão, estão em desuso por sua dificuldade de manutenção e fragilidade do material. No entanto, dependendo da atividade desenvolvida pela empresa, a utilização desse material é indicado, principalmente em ambientes agressivos onde a corrosão das telhas metálicas é uma realidade.

Vantagens:

Facilidade de montagem e execução:

Esse sistema construtivo possui rapidez na execução, reduzindo o risco de atrasos na obra. A simplicidade do sistema permite que equipes com menor especialização realizem a montagem.

Manutenção simplificada:

O acesso à cobertura para manutenção é facilitado pelo formato. O deslocamento sobre o telhado é mais seguro comparado a sistemas curvos, reduzindo riscos de acidentes.

Sistemas de impermeabilização eficientes:

As sobreposições das telhas não sofrem com arqueamento, o que reduz a entrada de vento e água. A fixação com parafusos autobrocantes em estruturas metálicas garante melhor vedação.

Flexibilidade de telhas:

O sistema permite o uso de diversos tipos de telhas, desde metálicas simples até termoacústicas, além de telhas translúcidas para iluminação natural.

Custo competitivo:

Quando comparado a sistemas mais complexos como shed ou zipado, o telhado em água oferece excelente relação custo-benefício.

Desvantagens:

Ventilação natural menos eficiente:

Principalmente em construções com apenas uma água, a circulação de ar natural é prejudicada. Pode ser necessária a instalação de sistemas de ventilação forçada ou exaustores.

Iluminação natural limitada:

A iluminação natural depende da instalação de domus zenitais ou telhas translúcidas. Em telhados com inclinação muito baixa, a quantidade de luz que entra pode ser insuficiente e o uso de telhas translúcidas aumentará o calor no ambiente interno.

Acúmulo de calor:

Se não forem implementados sistemas de exaustão ou ventilação adequados, o acúmulo de calor interno pode ser significativo, principalmente em regiões de clima quente.

Estruturas intermediárias em grandes vãos:

Para vencer grandes vãos, podem ser necessários pilares ou vigas intermediárias, reduzindo o espaço livre interno e limitando o layout operacional.

Inclinação inadequada:

Em projetos mal dimensionados, inclinações muito baixas podem gerar acúmulo de água e comprometer a estanqueidade. Já inclinações muito altas aumentam a área de cobertura e o custo de material.

03. Telhado em Shed

Muito utilizado no passado, mas em desuso nos dias atuais, possui uma série de águas (planos inclinados) paralelas, geralmente com uma face mais inclinada e outra quase vertical — parecendo um “dente de serra”.

Tipo de estrutura

Sua estrutura pode ser metálica ou em concreto armado normalmente pré-moldado e, em alguns casos, a viga horizontal já funciona como cocho em concreto para o escoamento das águas das chuvas. Já as terças são normalmente metálicas para a redução do peso da estrutura.

Estrutura de telhado industrial tipo Shed.

 

Estrutura de telhado industrial tipo Shed, sua característica principal é permitir a entrada de luz solar indireta no ambiente.

Telhas

Em prédios mais antigos, podemos encontrar o sistema de canaletão, que dispensa o uso de terças, sendo a própria telha autoportante, vencendo dessa forma o vão, não obstante, sua manutenção é dificultada pois, com o passar dos anos, essas telhas perdem resistência e não oferecem mais sustentação aos colaboradores encarregados da manutenção do telhado.

Há o uso também de telhas de fibrocimento tipo ondulada, este tipo de cobertura utiliza terças e são fixadas ganchos ganchos tipo “L”. 

Nos dias atuais, telhados com esse sistema construtivo utilizam telhas trapezoidais, podendo ser termoacústicas ou não e sua fixação é realizada com parafusos autobrocantes em terças metálicas.

Desvantagens:

Acesso:

Trabalhar sobre esse tipo de telhado é uma atividade bem complicada. A equipe de manutenção precisa ficar subindo e descendo os “dentes” até chegar no “dente” onde necessita ser realizado o reparo, o que torna o trabalho mais demorado e cansativo. 

Há também a opção de acesso interno pelo próprio shed vertical, mas nem todos os layouts de uma indústria permitem que seja acessado dessa forma.

Manutenção:

Aqui está um dos maiores problemas desse sistema: cada “dente de serra” tem uma calha ou cocho que concentra toda a sujeira imaginável – folha, galho, terra, tudo. Se não limpar com frequência, entope fácil. E calha entupida significa água parada, que pode infiltrar ou, em casos mais graves, até comprometer a estrutura pelo peso. 

Nesses anos atuando no mercado já encontramos mato e até mesmo um pinheiro crescendo no interior da calha. Esse tipo de material depositado no cocho pode causar transbordamento para o interior do prédio. Esse material depositado mantém a superfície sempre úmida e consequentemente aumentando o risco de oxidação das calhas.

Custo construtivo:

Esse tipo de telhado sai bem mais caro que os outros. São mais vigas, terças, pontos de captação de água, enfim, mais material e mais mão de obra. Para quem está com orçamento apertado, acaba não sendo a melhor opção.

Infiltrações:

Quanto mais emendas e encontros de água você tem, maiores as chances de ter problemas com infiltrações. E nesse sistema, são muitos os pontos críticos como: rufos, pingadeiras, condutores, calhas. Com o tempo, a impermeabilização vai se degradando e começa a pingar, tornando a manutenção muito mais onerosa.

Vantagens:

Iluminação natural:

Esse é o grande trunfo do shed. Aquela parte vertical dos “dentes” pode receber janelas ou telhas translúcidas, e aí a luz natural entra de forma bem distribuída pelo galpão todo. A economia na conta de luz é real, principalmente em galpões grandes que ficariam acesos o dia inteiro.

Ventilação natural:

O formato ajuda bastante na circulação de ar. O ar quente sobe naturalmente e sai pelas aberturas superiores, enquanto o ar fresco entra embaixo. Isso cria uma ventilação constante sem precisar gastar com exaustores ou ventiladores industriais.

Controle térmico:

Dá para trabalhar a orientação do telhado de um jeito que o sol não bata direto nas aberturas. Aqui no Brasil, se você posicionar as faces verticais para o sul, evita aquele calor escaldante do meio-dia. Em regiões mais quentes, isso faz toda a diferença no conforto dos colaboradores.

04. Telhado zipado

O sistema construtivo de alta performance, conhecido internacionalmente como Standing Seam ou Mechanically Seamed, é uma solução moderna e eficiente para coberturas metálicas. Sua principal diferença em relação a sistemas convencionais está no processo de fabricação e montagem: os painéis metálicos são conformados diretamente no local da obra e unidos por meio de zipagem mecânica, eliminando completamente o uso de parafusos aparentes.

Máquina que realiza a costura dos painéis zipados.
Máquina que realiza a costura dos painéis zipados.

Tipo de Estrutura

A estrutura é exclusivamente metálica, composta por terças em perfis tubulares ou em formato U enrijecido. O espaçamento entre terças varia de 1,50 m a 2,50 m, conforme o projeto estrutural e as cargas de vento da região. As vigas principais podem ser em perfis laminados ou treliçados, dependendo dos vãos a serem vencidos.

Um ponto crítico neste sistema é o nivelamento das terças. Qualquer irregularidade ou desalinhamento compromete o processo de zipagem e pode gerar tensões nos painéis metálicos, reduzindo a vida útil da cobertura.

Telhas

Os painéis são produzidos por roll forming machines (perfiladoras) que sobem até a cobertura por guindastes. A bobina metálica — geralmente em aço galvanizado ou alumínio, com espessuras entre 0,50 mm e 0,80 mm — é desenrolada e conformada continuamente, criando painéis de grandes comprimentos que podem chegar a até 100 metros, sem emendas, da cumeeira até a calha.

No entanto, nem sempre os painéis são contínuos. Se todos fossem produzidos sem emendas, haveria grande perda de material nas bobinas. Por isso, muitas empresas optam por realizar emendas planejadas, aproveitando melhor a matéria-prima. Outras, em contrapartida, priorizam a estanqueidade total e produzem os painéis sem sobreposições, mesmo que isso implique maior desperdício. Essa decisão depende do projeto, do orçamento e das exigências de desempenho da obra.

A fixação na estrutura é feita por clipes metálicos especiais, que permitem a movimentação térmica dos painéis. Após o posicionamento, máquinas portáteis realizam a zipagem das abas laterais, formando uma costura elevada que garante a estanqueidade do sistema.

No detalhe, clipe de fixação para telhado zipado, ao lado seu posicionamento na união dos painéis.
No detalhe, clipe de fixação para telhado zipado, ao lado seu posicionamento na união dos painéis.

Existem também versões termoacústicas, com isolamento em poliuretano ou lã mineral entre duas chapas metálicas. Para iluminação natural, podem ser utilizados painéis translúcidos que seguem o mesmo perfil e sistema de zipagem.

Telhado zipado com sistema de isolamento térmico em lã de rocha.
Telhado zipado com sistema de isolamento térmico em lã de rocha.

Vantagens

Estanqueidade

Sem furos nas telhas e com costura mecânica contínua, os pontos de infiltração praticamente deixam de existir. O sistema funciona muito bem mesmo em coberturas com baixa inclinação ou em regiões com chuvas de vento.

Painéis Contínuos

A conformação no local permite painéis de grandes comprimentos, reduzindo emendas horizontais. Cada água pode ser executada com menos peças, o que diminui os pontos de manutenção.

Movimentação Térmica

Os clipes absorvem a dilatação e contração natural do metal, evitando deformações, ondulações ou fadiga do material, especialmente em coberturas de grande porte.

Velocidade de Execução

Apesar da necessidade de equipamentos especializados, a montagem é mais rápida que em sistemas convencionais. A conformação contínua e a ausência de parafusamento reduzem etapas e agilizam o cronograma.

Durabilidade

Quando bem executado, o sistema apresenta vida útil muito superior aos telhados tradicionais, com garantias que podem chegar a 25 anos. O acabamento sem parafusos aparentes também atende a projetos com exigências arquitetônicas mais rigorosas.

Desvantagens

Custo

O investimento é de 40% a 70% superior ao de sistemas convencionais. Esse valor inclui equipamentos (perfiladora e máquinas de zipagem), mobilização, mão de obra especializada e clipes de fixação. A análise deve considerar o custo-benefício ao longo da vida útil.

Mão de Obra Especializada

Não é qualquer equipe que executa esse sistema. É necessário treinamento específico e experiência comprovada. Erros na regulagem da perfiladora, no alinhamento ou na zipagem comprometem o desempenho. O ideal é contratar empresas certificadas pelos fabricantes.

Logística

Içar perfiladoras e bobinas metálicas exige guindastes de grande porte e planejamento detalhado. Em obras com acesso restrito ou em operação, isso pode gerar complicações adicionais.

Modificações Futuras

Qualquer alteração posterior — como aberturas para ar-condicionado, passagem de tubulações ou instalação de equipamentos — exige cuidado redobrado. Cortes ou furos nos painéis zipados podem anular a garantia e demandar soluções de impermeabilização que nem sempre alcançam a mesma performance do sistema original.

Disponibilidade

O sistema é oferecido por empresas especializadas com equipamentos adequados. Em algumas regiões, a disponibilidade é limitada, o que pode impactar prazos e custos de mobilização. O planejamento antecipado é fundamental.

05. Telhado de concreto Protendido - Telha W

Sistema bastante utilizado em galpões industriais e centros de distribuição desde os anos 80. As telhas “W” são elementos pré-fabricados em concreto protendido com perfil em formato de “W” que funcionam como cobertura final, dispensando telhas adicionais.

Tipo de estrutura:

As telhas W são fabricadas em empresas especializadas utilizando concreto de alta resistência e cabos de aço protendidos. São produzidas com alturas do trapézio entre 37cm ou 53cm e podem atingir até 25 metros de comprimento.

Após a cura, são transportadas em carretas especiais e montadas com guindastes que posicionam as peças lado a lado sobre as vigas de travamento.

Cobertura:

O formato em “W” cria um encaixe entre as telhas adjacentes que garante a estanqueidade. O concreto utiliza aditivos cristalizantes para impermeabilização, mas em alguns casos pode ser necessário aplicar selante nas juntas longitudinais.

Há diversas formas de impermeabilização das juntas longitudinais. Normalmente as fábricas enviam cumeeiras em contreto, mas essas peças, expostas as intempéries e, principalmente o deslocamento de pessoas sobre as mesmas, tende a trincar permitindo a entrada de água da chuva.

Outro sistema de impermeabilização é a utilização de manta EPDM, coladas sobre a junção das telhas. Esse material tem uma expectativa de durabilidade de mais de 20 anos.

Outra solução é a instalação de limitador de profundidade tipo TARUCEL e a aplicação de Membrana Acrílica ALBEDO OM, sobre o limitador. Pela alta resistência à radiação ultra-violeta, essa solução é bastante eficiente e duradoura.

Para iluminação natural são instalados domus de policarbonato ou fibra de vidro nos vãos entre as telhas. Muitos desses domus atuam como exaustores de calor junto a telha.

Vantagens:

Vãos livres:

Vence vãos de até 25 metros sem apoios intermediários, deixando o interior do galpão livre para layout de equipamentos e armazenagem.

Velocidade de montagem:

A fabricação ocorre simultaneamente às fundações, reduzindo o prazo de obra. A montagem também é rápida com guindastes adequados.

Isolamento térmico:

O concreto reflete radiação solar e não transmite tanto calor quanto telhas metálicas, reduzindo a necessidade de climatização. No entanto, com a recorrência de dias ensolarados, as telhas de concreto criam um efeito que chamamos de “pilha térmica”, o concreto tem baixa condutividade térmica, no entanto, tem dificuldade em perder a temperatura acumulada durante o dia, isso é facilmente detectado colocando a mão na telha pelo lado interno.

Esse problema pode ser facilmente contornado com a aplicação de Tinta Térmica Albedo Premium MS, a aplicação refletirá boa parte da radiação que atinge a telha, e reduzirá a condutividade térmica com os elementos cerâmicos da qual ela é composta.

Acesso seguro:

A superfície plana permite que equipes caminhem sobre a cobertura com segurança para manutenções.

Durabilidade:

Vida útil superior aos sistemas metálicos, não oxida e resiste bem a ambientes agressivos.

Desvantagens:

Peso elevado:

Exige fundações e vigas robustas, aumentando o custo da estrutura.
Limitação de cargas: Não suporta grandes cargas concentradas além do previsto em projeto. Instalação de equipamentos pesados exige análise estrutural.

Vulnerabilidade a raios:

Raios podem lascar o concreto e expor os cabos de protensão. Com o tempo, a oxidação pode romper a telha. É obrigatória a instalação de para-raios.

Custo inicial:

Investimento superior aos sistemas metálicos, incluindo fabricação, transporte especializado e guindastes de grande porte.

Logística complexa:

Transportar peças de até 25 metros exige carretas especiais e planejamento detalhado de rotas.

Modificações futuras:

Cortar ou perfurar o concreto protendido pode comprometer toda a estrutura da telha.

Iluminação natural limitada:

A cobertura maciça reduz a entrada de luz natural, caso não sejam instalados domus zenitais, aumentando o consumo de energia com iluminação artificial.

06. Telhado Roll-on

Sistema de cobertura metálica desenvolvido no Brasil nos anos 70, bastante utilizado em centros de distribuição, shopping centers e indústrias de grande porte. O conceito do Roll-On é integrar estrutura e cobertura em um único produto.

Tipo de estrutura:

A estrutura é composta por vigas treliçadas metálicas padronizadas, fabricadas industrialmente e totalmente aparafusadas. As vigas vencem grandes vãos, normalmente acima de 30 metros, sem necessidade de pilares intermediários.

O sistema utiliza peças padronizadas que não variam de projeto para projeto, facilitando a fabricação e montagem. Toda a montagem é aparafusada, sem soldas.

Cobertura:

Sobre as vigas treliçadas são desenroladas bobinas metálicas contínuas de aço galvanizado, formando canais em formato de “U” com aproximadamente 25cm de profundidade. Essas bobinas percorrem toda a extensão do telhado sem emendas, conduzindo a água da chuva para a periferia do prédio.

A inclinação é de apenas 1%, a menor do mercado. O sistema elimina furos, emendas e sobreposições, garantindo estanqueidade total.

Vantagens:

Estanqueidade:

As bobinas contínuas sem emendas ou furos eliminam pontos de infiltração. O sistema garante proteção mesmo em chuvas intensas com vento.

Rapidez de montagem:

Por ser industrial e padronizado, a execução é extremamente rápida. A montagem aparafusada dispensa soldas e permite alto índice de produtividade.

Grandes vãos livres:

Vencem vãos de 30 metros ou mais sem apoios intermediários, proporcionando liberdade para layout interno.

Inclinação mínima:

Com apenas 1% de inclinação, maximiza o aproveitamento do pé-direito útil interno.
Flexibilidade para instalações: A malha de vigas oferece múltiplos pontos de fixação para luminárias, dutos e equipamentos suspensos.

Desvantagens:

Sistema proprietário:

Produto patenteado com fornecedor único, limitando opções de compra e negociações.

Custo inicial:

Investimento superior aos sistemas convencionais de terças e telhas.

Dependência de instaladores certificados:

A instalação exige equipes treinadas pelo fabricante. Nem todas as regiões possuem instaladores habilitados.

Modificações futuras:

Alterações no layout após a montagem são complexas. As bobinas contínuas não permitem aberturas sem comprometer a estanqueidade.

Isolamento térmico:

O sistema padrão não possui isolamento térmico. Para ambientes climatizados é necessário especificar isolamento complementar.

07. Telhado com telhas autoportantes

Sistema construtivo onde as telhas metálicas dispensam a estrutura de terças, apoiando-se diretamente sobre as vigas principais. As telhas são calculadas para vencer grandes vãos, podendo chegar a 40 metros sem necessidade de apoios intermediários. São fabricadas sob medida e perfiladas no local da obra através de máquinas autotransportáveis.

Tipo de estrutura:

A estrutura é composta apenas pelas vigas principais, eliminando completamente as terças. As telhas autoportantes são apoiadas sobre cavaletes metálicos fixados nas vigas, com formato adequado à geometria da telha. O espaçamento entre as vigas varia conforme o projeto estrutural e a espessura da chapa utilizada.

As telhas são solidarizadas entre si através de parafusos galvanizados com arruelas de vedação, criando um conjunto monobloco que garante a rigidez do sistema. Essa costura entre as telhas distribui as cargas e permite que o conjunto trabalhe como uma única peça.

Cobertura:

As telhas são fabricadas em chapa de aço carbono galvanizado ou galvalume, com espessuras que variam de 0,65mm até 1,55mm, dependendo do vão a ser vencido e das cargas de projeto. A perfiladora é posicionada no canteiro e produz as telhas continuamente, no comprimento necessário, eliminando emendas longitudinais.

Após a perfilação, as telhas são içadas por guindastes e posicionadas diretamente sobre os cavaletes de apoio. A fixação é feita com parafusos galvanizados, e as telhas adjacentes são unidas por parafusos laterais com arruelas de vedação, garantindo a estanqueidade do conjunto.

Vantagens:

Grandes vãos livres:

Elimina pilares e terças intermediárias, proporcionando total liberdade para layout interno e aproveitamento máximo do espaço.

Rapidez de montagem:

A fabricação e instalação simultâneas aceleram a obra. É possível cobrir até 700 m²/dia, permitindo que outras etapas avancem com o prédio já protegido.

Eliminação de estruturas complementares:

A redução de elementos estruturais simplifica o projeto, diminui cargas nas fundações e reduz custos com estrutura metálica.

Telhas contínuas:

Sem emendas longitudinais, o sistema oferece melhor estanqueidade e reduz pontos críticos de manutenção.

Estética limpa:

O visual é mais clean, com poucos pontos de apoio aparentes e sem terças visíveis.

Resistência ao tráfego:

Por utilizar chapas de maior espessura, as telhas suportam o deslocamento de pessoas durante manutenções sem amassar. No entanto o risco de deslocamento sobre parábolas ainda é presente.

Desvantagens:

Comprometimento da galvanização:

Durante o processo de conformação das telhas pela perfiladora, as dobras e vincos rompem a camada de proteção galvânica, criando microfissuras no revestimento de zinco. Com o tempo, essas microfissuras permitem a entrada de umidade e o contato direto do aço com o ambiente, iniciando o processo de oxidação.

Esse problema é agravado em regiões litorâneas ou ambientes industriais agressivos, reduzindo significativamente a vida útil do sistema.

No entanto, muitos fabricantes já oferecem as telhas galvanizadas e revestidas com pintura eletrostática, aumentando a durabilidade das mesmas.

Custo inicial:

O investimento é superior aos sistemas convencionais com terças e telhas de menor espessura. As chapas mais espessas e o processo de fabricação no canteiro elevam os custos.

Dependência de equipamentos especializados: A fabricação no local exige perfiladoras autotransportáveis e guindastes de grande porte. Em obras com acesso restrito, a mobilização pode ser inviável.

Manutenção da proteção superficial:

Para garantir durabilidade, especialmente após o comprometimento da galvanização, é necessário realizar pintura de proteção periodicamente, o que aumenta os custos de manutenção ao longo da vida útil.

Modificações futuras:

Alterações na cobertura são complexas. Cortes ou aberturas comprometem a integridade estrutural do conjunto monobloco.

Isolamento térmico limitado:

O sistema padrão não possui isolamento térmico. Para ambientes climatizados, é necessário especificar isolamento complementar ou utilizar telhas duplas com núcleo isolante, elevando o custo.

Dilatação térmica:

As telhas contínuas de grande comprimento sofrem dilatação térmica significativa. Os pontos de fixação precisam absorver essa movimentação, caso contrário podem surgir deformações ou ondulações.

08. Telhado Flexível (Galpão Lonado)

Sistema construtivo bastante difundido no Brasil, principalmente para soluções temporárias, expansões emergenciais ou operações com alta variação sazonal de demanda. Consiste em estrutura metálica modular em aço galvanizado com cobertura em lona vinílica tensionada.

Empresas como Tópico, Kopron, Topflex, Reconlog e Tendas Brasil são os principais players desse mercado no país, atendendo desde pequenas operações até grandes centros de distribuição.

Tipo de estrutura:

A estrutura é composta por perfis metálicos treliçados em aço galvanizado a fogo, montados de forma modular e totalmente aparafusada. As peças são padronizadas e intercambiáveis, permitindo alterações no tamanho conforme a necessidade.

As estruturas variam de 6 a 30 metros de largura, com módulos de 5 metros e pé-direito ajustável entre 4 e 6 metros, podendo chegar até 18 metros em projetos especiais.

Na maioria dos casos dispensa fundações em concreto, sendo fixada no piso existente através de placas de ancoragem. O formato mais comum é em duas águas, garantindo escoamento eficiente da água da chuva.

Empresas especializadas como a Kopron já desenvolveram projetos sem limite de altura ou comprimento, utilizando mais de 400 toneladas de aço galvanizado em estruturas com 53 metros de vão livre.

Cobertura:

A cobertura utiliza lona vinílica de alta resistência, com tratamento anti-UV, anti-mofo e material autoextinguível. A durabilidade da lona fica em torno de 25 anos, enquanto a estrutura metálica pode durar 60 anos.

A lona é fixada através de cabos de aço e tensionadores, formando uma superfície contínua. O sistema permite instalação de janelas, exaustores, ventilação lateral, portas e até sistemas de lona dupla para melhor controle térmico.

Vantagens:

Rapidez de implantação:

A montagem é cinco vezes mais rápida que construções convencionais. Coberturas de 4.000 m² podem ficar prontas em apenas 8 dias, permitindo resposta imediata a picos de demanda ou expansões emergenciais.

Custo-benefício:

O investimento inicial é significativamente menor que construções em alvenaria ou estruturas metálicas definitivas. Para empresas que apuram imposto de renda pelo lucro real, os galpões lonados podem ser classificados como despesa operacional, gerando créditos de PIS e Cofins.

Flexibilidade operacional:

A estrutura modular pode ser ampliada, reduzida, desmontada e remontada em outro local conforme a necessidade. Isso é fundamental para operações sazonais como agronegócio ou empresas de logística que precisam ajustar capacidade rapidamente.

Dispensa licenciamento complexo:

Por ser considerada estrutura temporária em muitos municípios, não requer documentação de regularização junto aos órgãos competentes. Em algumas localidades há isenção de IPTU.

Preservação de capital de giro:

O modelo de locação permite que a empresa mantenha capital disponível para outras necessidades do negócio, sem imobilizar recursos em infraestrutura.

Sustentabilidade:

Não gera entulho, as estruturas são 100% recicláveis e a instalação não demanda movimentação de terra ou concretagem.

Desvantagens:

Limitação de altura útil:

O formato triangular do telhado limita a otimização do armazenamento vertical, concentrando-se principalmente no centro do galpão. Isso reduz a capacidade de empilhamento nas laterais.

Controle de acesso:

A necessidade de antecâmaras para entrada e saída pode dificultar operações com alto volume de movimentação. As portas precisam permanecer fechadas para manter a integridade estrutural, o que pode ser inconveniente em fluxos intensos.

Condensação interna:

A diferença de temperatura entre interior e exterior pode gerar condensação de água na parte interna da lona. Isso inviabiliza a armazenagem de produtos perecíveis ou sensíveis à umidade sem sistemas complementares de controle climático.

Concentração de gases:

Em operações com caminhões e empilhadeiras movidas a combustão, pode ocorrer acúmulo de gases no interior. É necessário sistema de ventilação adequado ou limitação do tempo de operação desses equipamentos dentro do galpão.

Estética temporária:

O visual é claramente industrial e temporário, não atendendo empresas com exigências arquitetônicas rigorosas ou preocupações com imagem corporativa.

Vulnerabilidade a danos:

A lona está sujeita a rasgos por objetos pontiagudos, vandalismo ou eventos climáticos extremos. Reparos pontuais são possíveis, mas danos extensos podem comprometer a estanqueidade e exigir substituição de grandes áreas.

Resistência a cargas concentradas:

Apesar de atender normas técnicas, a instalação de equipamentos pesados ou sistemas fotovoltaicos sobre a cobertura é limitada. A estrutura não foi dimensionada para cargas concentradas significativas além do próprio peso da lona e sobrecarga de vento.

Conclusão:

Como podemos observar acima, não existe um tipo melhor ou pior de telhados industriais, tudo depende da atividade desempenhada no prédio, orçamento para a construção, exigências ambientais e fatores estruturais.

Esperamos que esse pequeno guia de telhados possa ajudá-los a escolher o melhor tipo de telhado para a sua empresa e aproveite e clique abaixo para conhecer nossos serviços de manutenção de telhados e coberturas industriais.

Manutenção e Reforma de Telhados

Manutenção e Reforma
de Telhados Industriais
e Coberturas

Conheça mais sobre nossos serviços de manutenção e reforma de telhados industriais.

Compartilhe nas mídias sociais:

últimos posts:

Pintura de piso epóxi, com equipamento de airless.
Serviços Técnicos

Uso de airless para aplicação de revestimentos de piso: vantagens e desvantagens

Descubra as vantagens e desvantagens do uso de máquinas de pulverização airless na aplicação de revestimentos epóxi para pisos. Embora ofereçam alta produtividade e acabamento uniforme, esses equipamentos exigem cuidados com solventes, consumo excessivo e manutenção. Saiba quando e como utilizá-los corretamente para obter os melhores resultados.

Leia mais »
O que impulsiona as inovações verdes na energia, nos transportes e na indústria?
Meio Ambiente

O que impulsiona as inovações verdes na energia, nos transportes e na indústria?

Inovações verdes que ajudam a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, minimizam a poluição e preservam os recursos naturais e a biodiversidade são importantes para a construção de futuros ambientalmente sustentáveis. Mas qual é o estado da inovação verde e como ela difere de outros tipos de inovação? Este blog analisa o estado da inovação em quatro setores principais: hidrogênio verde, aço verde, baterias e veículos elétricos – e explora as condições do ecossistema que influenciam seu desenvolvimento e adoção.

Leia mais »